Diretor da ABIC comenta sobre produção de cafés robusta e conilon na Amazônia

Café robusta amazônico RO Foto Renata Silva_Embrapa Rondônia
Renata Silva - Embrapa Rondônia
30/04/2021
Publicado em

O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Café (ABIC), Celírio Inácio, participou nesta quarta, 28/04, do painel “Robustas Amazônicos: nova cadeia de valor para a Cafeicultura na Amazônia”, disponível no YouTube. O ciclo de palestras ofereceu soluções e propostas para o fortalecimento das cadeias de produção de maior relevância econômica e social da região, além de tratar dos desafios e das oportunidades.

O evento foi organizado pelo Núcleo Regional Noroeste da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) e pela Zona de Desenvolvimento Sustentável entre os Estados do Amazonas, Acre e Rondônia (Amacro), com participação de executivos do Governo do Estado de Rondônia, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam)
, da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), de secretarias de estado e de universidades.

Cafés robusta e conilon na Amazônia

Em seu painel, Inácio comentou sobre o aumento da demanda no mercado mundial por cafés robusta e conilon, adequados para a região Amazônica. Durante muito tempo, um dos critérios mais fortes de avaliação da qualidade do café era a composição do blend e a presença única de arábica. Porém, o setor se abriu para a ideia de que café de alta qualidade pode ter,
sim, robusta”, afirma, destacando que a participação dos tipos superior e gourmet no mercado de café chegou a 19%, contra 9% em 2016.

O executivo também expos as novas oportunidades para os produtores de robusta e canéfora. “A informação favorece a educação para o consumo. Por isso, precisamos da formação de degustadores específicos e especialistas, ampliando os esforços para a divulgação das origens e a produção de cafés de alta qualidade”, conclui.

A ideia é corroborada por Eliana Relvas de Almeida, consultora especializada em vendas no varejo. “O cliente precisa ter a experiência, interagir com as equipes de promoção e com a bebida. Precisamos levar, por exemplo, estes cafés para uma taça e em momentos diferentes. A espécie robusta tem valor agregado, mas é necessária uma comunicação adequada sobre o produto”, afirma.

Aguinaldo Lima, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira das Indústrias de Café Solúvel (ABICS), apresenta alternativas de comunicação com o cliente. Para ele, o ineditismo e a associação com a sustentabilidade podem promover as vendas do café robusta. “Os argumentos de marketing como a região produtora na Amazônia e a região sendo classificada como a primeira produtora de canéfora, aliados à qualidade, tornam o produto imbatível”, diz.

O superintendente estadual de desenvolvimento econômico e infraestrutura de Rondônia (Sedi), Sérgio Gonçalves da Silva, afirmou em sua palestra que o terreno já está preparado para investimentos na produção de robusta e conilon. Responsável por 97% da produção de café na Amazônia, o estado vem realizando ações de conhecimento dessas novas espécies. “O estado criou uma rede de programas e atividades com o objetivo de levar os produtores até os compradores do produto. São palestras, eventos, encontros e outras ações que dão suporte ao cafeeiro e ajudam no desenvolvimento econômico de Rondônia”, afirma.

Thiago Masson, gestor do conselho dos exportadores de Café do Brasil (Cecafé), apoia Sérgio e reafirma a capacidade crescente de produção do país e a criação de programas desse tipo. “Devemos explorar a capacidade de produção do café robusta associada à sustentabilidade. O mercado de café conta com 276 empresas exportando para 122 países, resultando em um volume de 45 milhões de sacas e receita de US$ 5,66 bilhões. O Brasil tem seu café exportado para regiões exigentes em qualidade e segurança do alimento, o que ganhou bastante evidência após a chegada da pandemia”, explica, ainda informando sobre o recorde de produção em volume, exportação e receita do país em 2020.

Por fim, o pesquisador da Embrapa, Enrique Anastácio Alves, ressalta a capacidade de produção da Amazônia, sem afetar o ecossistema. “A região aprendeu a cultivar café e cresceu sem desmatar, com aplicação de tecnologia e sustentabilidade. Se o mundo passar a gostar de beber café robusta e crescer a demanda, a Amazônia tem capacidade de produção”, diz.

Redação: Usina da Comunicação

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