Boletim Carvalhaes - N° 36 - 04/09/2020

carvalhaes
04/09/2020
Publicado em

Santos, sexta-feira, 4 de setembro de 2020

O cenário para os negócios de café permaneceu o mesmo da semana passada. Volatilidade forte nas bolsas de café e no mercado cambial. As cotações subiram com consistência na ICE Futures US em Nova Iorque, enquanto o dólar oscilou frente ao real todos os dias. Na semana, entre muito sobe e desce, o dólar acumulou perdas próximas a 2%.

Os contratos de café na ICE continuaram em ascensão e os com vencimento em dezembro próximo fecharam hoje valendo US$ 1,3400. Acumularam 765 pontos de alta na semana. Se somarmos com a alta da semana passada, foram 1420 pontos em duas semanas.

Vários eventos estimulam o posicionamento de investidores e a consequente alta nas cotações nas bolsas de futuro:

1 – A queda nos estoques de café certificados na ICE chama a atenção do mercado de café e de operadores de fundos de investimento. Os dados divulgados na última semana sinalizaram que os estoques certificados nos EUA contam com 1,234 milhões de sacas, enquanto Londres mantém os estoques com 10,908 milhões de sacas, os números chamam a atenção por se tratarem dos estoques monitorados mais baixos dos últimos 2 anos (Notícias Agrícolas).

2 – As incertezas climáticas no Brasil e em outros importantes países produtores de café. O clima seco em grande parte dos cafezais brasileiros, que já apresentam déficit hídrico e a previsão de chuvas, fracas, aponta apenas para os últimos dias deste mês de setembro. A umidade relativa do ar está abaixo da usual para esta época do ano e são previstas temperaturas acima da média.

3 – Além dos problemas climáticos, os produtores da América Central, Colômbia, Peru e Equador,que irão iniciar suas colheitas, feitas manualmente, enfrentarão problemas adicionais com a pandemia.

4 – Caíram as exportações de café do Vietnã, segundo maior exportador, e da Colômbia, terceiro maior exportador.

O mercado físico brasileiro não acompanhou a alta no mercado futuro esta semana. Tivemos algum avanço nos preços, menores que em Nova Iorque, mas no geral apresentou-se praticamente estável. Nesta semana, o volume de negócios fechados ficou abaixo da semana passada.

A colheita da safra brasileira 2020/2021 esta no final e a falta de espaço em armazéns para o preparo das ligas para exportação e consumo interno continua sendo um entrave para um desenvolvimento maior dos negócios. As dificuldades para encontrar espaço acontecem em todos os estados produtores, mas são maiores em São Paulo.

Também a falta de caminhões para transporte – todo o agronegócio brasileiro está fervilhando e há disputa de caminhões pelos diversos segmentos produtores – está levando diversos compradores a ficar fora do mercado físico no curto prazo, virando suas atenções para o recebimento de lotes já comprados nas chamadas “vendas para entrega futura” e para o preparo das ligas para exportação e consumo interno. Muitos armazéns estão com longas filas de caminhões aguardando para descarregar.

A CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento informou que deve realizar apenas três levantamentos sobre a safra brasileira de café 2020/2021, ao invés das quatro atualizações feitas a cada ano. O motivo são as limitações pelo enfrentamento à covid-19.

Até dia 3, os embarques de agosto estavam em 2.091.302 sacas de café arábica, 443.306 sacas de café conillon, mais 229.702 sacas de café solúvel, totalizando 2.764.310 sacas embarcadas, contra 2.868.418 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 3, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 3.527.261 sacas, contra 3.271.247 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Até dia 3, os embarques de setembro estavam em 9.196 sacas de café arábica, 3.767 sacas de café conillon, mais 122 sacas de café solúvel, totalizando 13.085 sacas embarcadas, contra 65.747 sacas no mesmo dia de agosto. Até o mesmo dia 4, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 396.310 sacas, contra 323.627 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 28, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 4, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 765 pontos ou US$ 10,12 (R$ 53,71) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 28 a R$ 905,04 por saca, e hoje dia 4 a R$ 940,69. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 280 pontos. No mercado estável de hoje, são as seguintes cotações nominais
por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2020/2021, condição porta de armazém:

  • R$650/700,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
  • R$600/640,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
  • R$570/600,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
  • R$510/540,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
  • R$460/490,00 – RIADOS.
  • R$400/440,00 – RIO.
  • R$430/450,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
  • R$410/430,00 – P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.
  • DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 5,3070 PARA COMPRA.

Compartilhar: