100 anos do Palácio do Museu do Café: conheça a história

Palácio do Museu do Café é um importante símbolo da cafeicultura

Museu do Café
Crédito: Wikimedia
15/09/2022
Publicado em

Em 1998, o Museu do Café foi inaugurado para preservar e divulgar a história do café no Brasil e no mundo. A instituição pode até ser recente, mas o prédio que ocupa é parte antiga do passado desse grão que moldou os rumos do país. 

O Museu está instalado no palácio da antiga Bolsa Oficial de Café, inaugurado em 1922, e completa 100 anos, agora, no mês de setembro. Nessa ocasião tão importante, o Jornal do Café convida os leitores a conhecerem um pouco mais da história do estabelecimento.

Em entrevista para o site Notícias Agrícolas, o historiador do Museu, Bruno Bertoloto, relembra que, antes do Palácio existir, as negociações do mundo cafeeiro eram conduzidas em uma sala alugada em um prédio comercial. Somente a partir de 1917, a Bolsa começa a funcionar de modo efetivo, por conta dos impactos da Primeira Guerra Mundial.

Conforme a importância da Bolsa cresceu, e os negócios avançaram, surgiu a necessidade de ter um espaço dedicado para essa atividade, conciliado com a vontade de comemorar o centenário da Independência do Brasil. Foi necessário, então, que o Palácio Bolsa Oficial de Café fosse construído no Centro Histórico de Santos.

[Conheça a história do Museu do Café]

Construção do Palácio do Museu do Café

O prédio do Palácio chama muita atenção por sua arquitetura, cujo estilo eclético é classificado como a mais importante obra do período, tendo sido a primeira edificação do tipo a ser tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 2009. Ele é resultado da combinação de diferentes movimentos arquitetônicos, o neoclássico e o barroco, em uma única obra, sem produzir uma nova corrente artística.

É considerado um dos mais belos projetos arquitetônicos da cidade, e sua estrutura revela a importância da atividade do comércio cafeeiro no desenvolvimento do Brasil. A torre de 40 metros, dotada de relógio, era o ponto mais alto de Santos, e as quatro estátuas externas representam a indústria, o comércio, a lavoura e a navegação. 

As instalações mostram que o local, com quatro pavimentos, foi muito mais que uma simples construção: “Foi um prédio monumento ao café e ao progresso, planejado para inaugurar na programação das comemorações do Centenário da Independência”, relata Bertoloto.

A Bolsa seguiu sua atividade até o momento do seu declínio, nos anos 60, devido às mudanças no mercado. Em 1986, o prédio da Bolsa foi oficialmente fechado pelo governo da época, e em 1996, com a infraestrutura do local toda degradada, corretores e exportadores de Santos iniciaram uma movimentação para evitar que a história se perdesse a partir dali.

Comemoração dos 100 anos

Para celebrar a ocasião, o Museu do Café realizou uma série de eventos com o nome de CentFest. No mês de março, o Salão do Pregão recebeu a intervenção da artista Flávia Junqueira, que disponibilizou durante um final de semana balões de diversas cores e alturas para interação com os visitantes. Na sequência, foi aberto o Programa de Residência Artística, que dará a oportunidade para seis artistas trazerem suas perspectivas sobre Santos em 2022.

No dia 1 de setembro, foi promovido um baile com a participação e apoio da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). O evento reuniu 400 pessoas, tendo como público-alvo autoridades políticas, empresas e profissionais relacionados ao setor de agronegócio, cultura e economia criativa. A proposta é dar luz aos novos projetos do Museu do Café como:a internacionalização das ações, a requalificação da exposição de longa duração e programas de inclusão social e acessibilidade.

Finalizando as celebrações do CentFest, será realizada a quinta edição do Mercado Coffee, no dia 1º de outubro , quando se comemora, também, o Dia Internacional do Café. O evento, que se expandiu e, agora, toma as ruas próximas ao Museu, proporciona o encontro do público com diversos expositores que utilizam o café como matéria prima ou que produtores de cafés especiais.

Redação: Usina da Comunicação.

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