Conjunturas da agropecuária - CONAB - 10 a 14/08/2020

robamaz
18/08/2020
Publicado em

MERCADO EXTERNO

A bolsa de Nova Iorque, que negocia os contratos futuros do café arábica, na maioria dos dias da semana operou em baixa, devolvendo quase que na totalidade os ganhos obtidos o período anterior. A queda registrada foi de 4,39%, com isto, o valor do contrato de primeira entrega com vencimento em setembro/20 voltou ao patamar bem próximo da última semana de julho ao espelhar a média de US 113,38 Cents/lb.

Após as expressivas altas dos preços verificadas na semana passada, predominou os movimentos de correção técnica, com os fundos e grandes especuladores atuando forte no mercado realizando compras.

Em relação aos fundamentos do mercado, ainda repercutiu durante a semana em análise, a revisão das estimativas efetivadas pela Organização Internacional do Café – OIC em julho/20 sobre o aumento do consumo mundial e do déficit de produto para o ano safra 2019/20. Vale lembrar que no relatório publicado em junho/20, a entidade trabalhava com dados que apontavam, respectivamente, para redução do consumo e superávit do produto no âmbito global por ocasião do encerramento em set/20 do período comercial ora mencionado.

Sobre o café conilon, o mercado futuro apresentou fortes oscilações, mas ao contrário do arábica acabou fechando a semana com alta de 2,32%, elevando a média ao patamar de US$ 1.411,00/t. O mercado buscou suporte na firmeza dos preços do petróleo e em especial no ótimo desempenho dos negócio do mercado futuro do arábica no dia 13/08.

De acordo com números divulgados pela Commodity Futures Trading Comission – CFTC, os grandes fundos e grandes especuladores apresentavam, até o dia 11/08, uma posição líquida comprada (long) de 39.025 contratos, contra 33.332 contratos comprados na semana passada.

MERCADO INTERNO

Com a queda dos preços internacionais , o mercado do café arábica no Brasil apresentou reduzida movimentação e baixa liquidez, isto porque, boa parte dos vendedores resolveram ficar de fora do mercado, já que as ofertas de preços dos compradores eram cada vez menores, pois refletiam o movimento baixista do mercado futuro de Nova Iorque.

Na comercialização do café arábica Tipo 6 bebida dura para melhor, o valor médio de venda recebido pelos cafeicultores foi de R$ 562,50, com isto ficou caracterizada uma retração de 4,58% em termos percentuais, em valores absolutos significa que o produtor teve uma perda de menos R$ 27,00/sc quando comparado a média da semana anterior.

No seguimento da exportação, o mercado FOB Brasil durante a semana apresentou pouca movimentação com reduzidos volumes de negócios e sem mudanças significativas nos diferenciais de oferta do arábica. O café Swedish, por exemplo, o diferencial permaneceu elevado em US -30,00 Cents/lb.

Quanto ao conilon, houve uma redução no diferencial, passando de US -3,00 Cents/lb valor da semana passada para US -2,00 Cents/lb na atual. Quanto ao café conilon, os preços se mantiveram estáveis durante a semana, neste sentido, a saca do produto Tipo 7 foi comercializada pelo valor de R$ 355,00, cotação esta superior em 1,38% a média de venda da semana anterior de R$ 348,80/sc. Por outro lado, o volume de negócios efetivados foi reduzido, com as indústrias mais devagar, os negócios iam sendo realizados tão somente para suprir as necessidades mais imediatas.

No dia 05/08/2020, a Conab divulgou o resultado do levantamento do estoque privado de café com posição em 31/03/2020. Na oportunidade foram contabilizados um total de 13.088 mil sacas, das quais 11.403 mil de arábica e 1.685 mil de conilon. O montante atual é superior ao total de estoque existente no mesmo período de 2019 em cerca de 1,5%. Naquela oportunidade o levantamento apontou para um volume total de 12.893 mil sacas, sendo 11.851 mil sacas de café arábica e 1.043 mil sacas de café conilon. Para a obtenção de informações mais detalhadas acessar o Link:
https://www.conab.gov.br/estoques/estoques -privados

DESTAQUE DO ANALISTA

Brasil mantém ritmo forte nas exportações. De acordo com o Cecafé, no mês de julho/20, o primeiro do ano safra comercial 2020/21, o país embarcou 3.038 mil sacas, com faturamento de US$ 356,76 milhões. De acordo com a entidade, este é o segundo maior recorde para o mês em termos de volume.

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