A cafeína, principal substância do café, é responsável por aliviar o desconforto, além de prover energia, ajudar na concentração e estimular a atividade cerebral
Há muitos motivos para que uma pessoa sofra com dores de cabeça constantemente. Seja por preocupações financeiras, estresse no trabalho, correria do dia a dia ou desencadeada por uma predisposição genética, o fato é que cerca de 140 milhões de brasileiros convivem com dor de cabeça, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia. Embora o tratamento com um profissional especialista não seja dispensado, o café pode auxiliar!
A bebida, que possui aceitação em 97% dos lares brasileiros, é rica em cafeína, uma substância que alivia a tensão quando em contato com o sistema nervoso central. Dessa forma, o consumo moderado pode estimular a atividade cerebral e aumentar a concentração, além de aliviar os fortes latejos que incapacitam o desempenho de qualquer atividade.
O café trata a dor cabeça?
As dores de cabeça são causadas pela dilatação dos vasos sanguíneos e a cafeína é uma substância vasoconstritora, responsável por amenizar o efeito. É por esse motivo que a mesma é utilizada em laboratórios farmacêuticos para compor analgésicos e medicamentos que aliviam a dor, uma vez que ela melhora a absorção e aumenta os seus efeitos.
Embora muitas notícias equivocadas e pesquisas falsas atentem contra a eficácia do café, é necessário buscar informações em fontes confiáveis e que façam um trabalho sério de apuração. O Doutor Saulo Nardy Nader, Médico Neurologista pela USP e membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, afirma que o café é um ótimo estimulante e tem 95% de chance de não piorar episódios de enxaqueca e dores de cabeça.
O PhD. Marcelo Cossenza, Professor Associado do Departamento de Fisiologia e Farmacologia, do Instituto Biomédico e do Programa de Pós-Graduação em Neurociências da UFF, Pesquisador Associado do Núcleo de Café e Cérebro do IDOR e Chefe do Laboratório de Farmacologia Molecular da UFF, explica que: “o principal mecanismo de ação da cafeína é a sua capacidade de bloquear os receptores de adenosina, conhecidos como A1, A2A, A2B e A3, moléculas que desempenham um papel crítico para o surgimento da enxaqueca. Evidências e estudos científicos mostram que o uso disseminado de cafeína como agente suplementar auxilia em vários tratamentos para dor de cabeça. A hipótese corrente é a de que doses que bloqueiam o receptor A2A são as desejáveis para ajudar na terapia”.
Qual a dose certa?
Embora o consumo de café esteja ligado ao alívio das dores de cabeça e, consequentemente, a um estilo de vida mais saudável, é necessário atentar-se à dose correta que deve ser ingerida por dia. Segundo Cossenza, a ingestão de até 250-300mg/dia está relacionada com o bloqueio dos receptores A1, A2A e A2B e o aumento de concentração bloqueia também o A3. O receptor que possui a maior afinidade pela cafeína é justamente o A2A, e, portanto, doses baixas produzem um bloqueio seletivo apenas neste receptor. Em outras palavras, doses mais baixas, que não superem os 200mg, são as mais eficazes para o controle da dor de cabeça.
No caso do típico cafezinho brasileiro, aquele consumido todos os dias no café da manhã ou durante o intervalo da tarde, o teor de cafeína em uma xícara de 50 ml fica entre 25 e 46 mg.
Redação: Usina da Comunicação
