Novas tendências para o mercado cafeeiro foram apresentadas para a indústria

Especialistas apresentaram tendências para membros de toda a cadeia

tendências mercado de café
Imagem: Juliana Bizzo
22/12/2022
Publicado em

Em sua palestra no 28ª Encontro Nacional do Café (ENCAFÉ), Giuliana Bastos, pesquisadora do São Paulo Coffee Hub, apresentou aos participantes a pesquisa A identificação do perfil do consumidor de café que busca por qualidade”, que traz a visão de 5.460 apreciadores e apreciadoras de café sobre o produto, com mais de 180 mil respostas, a maior já realizada sobre consumo de café no Brasil.

A especialista explicou que, inicialmente, o estudo começou em 2020, onde foram definidos os perfis de consumo: o público geral, que toma café todo dia, mas não estuda sobre o tema; os entusiastas, com um pouco mais de conhecimento sobre o assunto; e os especialistas, pessoas que trabalham na área. Com os resultados em mãos, teve início um diálogo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), e se percebeu a necessidade de estudar o público mais a fundo.

[ABIC reestrutura seus Programas de Certificação]

A análise investigou a percepção de diversos produtos do segmento cafeeiro, como, por exemplo, as cápsulas, que ainda carregam um estigma em dois dos grupos. Para os especialistas, por desconhecerem o processo de fabricação, elas são vistas como algo de baixa qualidade, já para o público geral, elas carregam a imagem de algo premium, ou seja,  inacessível.

Novas tendências

Entre as possíveis tendências para o mercado, Giuliana apontou o resgate de rituais como o preparo de café como uma das principais, assim como a sustentabilidade: “As questões climáticas se tornaram extremamente importantes para os consumidores, esse é um bom momento para rever portfólios e implementar as mudanças necessárias para acompanhar esse movimento”.

Os sentimentos e o café

Um dos objetivos da consulta foi apresentar os sentimentos do consumidor frente ao café. Independentemente do cenário pandêmico, para os pesquisadores ficou evidente o entendimento do café como um produto versátil, gerando uma variedade de sensações como: do despertar ao relaxamento, do coletivo ao individual, entre muitos outros: “O café não é só a bebida, mas toda uma experiência emocional que vem junto, é afeto”, explicou Giuliana.

A percepção do consumidor

Camila Arcanjo, Coordenadora do Centro de Preparação de Café do Sindicafé-SP, complementou a apresentação de Giuliana, abordando em como transmitir melhor  os atributos do café para o consumidor: “Não dá para falar do consumidor sem discutir o aspecto sensorial.

Ela apontou que qualidade é uma propriedade com muitos fatores, externos e internos. Um selo de certificação pode ajudar nessa busca, mas há muito para entender ainda: “Nem todo comportamento do consumidor é lógico, mas eles precisam ser levados em consideração”.

Para melhor se aproximar dos consumidores, Camila anunciou que a ABIC está preparando uma atualização de seus critérios de avaliação, visando uma comunicação mais eficiente dos atributos do produto. Um dos exemplos apontados foi o aroma, citado na pesquisa como o mais importante: “Haverá a inclusão dessa propriedade, mas estamos tentando entender a melhor maneira de informar o comprador. Quais aromas ele percebe com mais facilidade? Quais fazem sentido estarem na embalagem?”. O foco é tornar o produto mais individualizado, incentivando o consumo.

Redação: Usina da Comunicação

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