O café possui uma enorme presença na atualidade, sendo a bebida mais consumida no mundo, e perdendo em popularidade somente para a água no Brasil.
Mas para chegar onde está, o grão passou por várias nações, moldando hábitos sociais e religiosos, sendo base para decisões políticas e econômicas, e influenciando o rumo de diversas nações.
No Jornal do Café, mostramos a descoberta do fruto, assim como os mitos que cercam a ocasião, e o trajeto que o levou até a Europa nos anos 1600. Venha conosco acompanhar o que aconteceu após a chegada do grão ao continente.
[Origem do café: da descoberta até a primeira exportação do grão]
O café conquista a Europa
O ponto de entrada do fruto no continente foi Veneza, na Itália, a partir do ano de 1615. Com isso, foi só uma questão de tempo até chegar em outros países. Em 1637, foi a vez de Oxford, na Inglaterra, receber a bebida, e em 1644, o momento da França.
As primeiras cafeterias europeias começaram a abrir por volta de 1645, na Itália. Em 1652, Pasqua Rosee, o proprietário, e Daniel Edwards, um comerciante de produtos turcos, abriram a primeira cafeteria no St Michael’s Alley, em Cornhill, Inglaterra. Isso, inicialmente, causou conflitos religiosos, pois a bebida era vista como “impura” por alguns católicos. Mas isso não impediu sua popularidade, e dentro de 100 anos, pelo menos 3.000 estabelecimentos estavam em funcionamento na Inglaterra.
Na França, o café tornou-se uma bebida popular para os parisienses, em 1670, após ter sido introduzido por um embaixador de Mehmed IV, sultão do Império Otomano. Viena teve a sua primeira cafeteria aberta em 1683. Em pouco tempo, elas espalharam-se por toda a Europa, e o café se tornou uma bebida desejada, além de uma importante commodity.
Desembarque na América
O café chega a América do Norte, levado pelos holandeses. Em Nova Iorque e na Filadélfia são abertas as primeiras cafeterias. Em 1670, é permitida a abertura do primeiro Café em Boston.
O fruto desempenhou um curioso papel cultural durante a Revolução Americana. Por ser uma colônia britânica, os americanos davam preferência ao chá, bebida típica inglesa. No entanto, com o início da luta pela independência, repetir os hábitos ingleses se tornou algo mal visto. Tomar chá se tornou algo antipatriótico, enquanto o café simbolizava o alimento dos verdadeiros patriotas.
Primeiras mudas chegam ao Brasil
Por ordem da Coroa portuguesa, o militar Francisco de Melo Palheta realiza expedição à Guiana a fim de obter sementes para plantio do café no Brasil, pois, na época, eram comuns as metrópoles usarem suas colônias para a cafeicultura.
A partir das mudas obtidas por Francisco de Melo, o cultivo começa a ser realizado no Pará, a partir de 1727. De 1760 em diante, são realizadas plantações maiores na Baixada Fluminense e no Vale do Paraíba. O café passa a ser um produto estratégico no Brasil, que amplia o número de africanos escravizados com o intuito trabalharem nas novas fazendas fluminenses.
O grão conquistou rapidamente sua importância em terras brasileiras. Em 1843, depois de avançar pelo Vale do Paraíba, o café torna-se uma commodity importante para os brasileiros, e chega a Campinas, consagrando-a como a capital da cafeicultura paulista, e já em 1860, o Brasil consolida-se como um grande nome neste mercado, com 26 milhões de cafeeiros plantados.
Redação: Usina da Comunicação.