Américo Sato

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11/06/2019
Publicado em

in memoriam

História do Café no Brasil perde um de seus importantes protagonistas

Grande líder do setor, Américo Takamitsu Sato, falecido em 03 de março de 2019, aos 88 anos, foi homenageado pela entidade durante a reunião do Conselho de Administração da ABIC, realizada em abril de 2019. Uma placa foi entregue para a esposa Maria de Lourdes, que estava acompanhada de três de seus filhos, todos extremamente emocionados.

Na ocasião, o diretor executivo da ABIC, Nathan Herszkowicz, fez a leitura de um texto que homenageou o saudoso Sato, em nome da ABIC, emocionando todos os presentes.

A trajetória de um líder

O empresário Takamitsu Sato faleceu no dia 03 de março, aos 88 anos. Uma grande liderança empresarial, que pautou suas atividades na busca do aumento da qualidade do café do Brasil, preços justos, mercado competitivo e na união da cadeia produtiva do café. 

Foi um grande entusiasta dos esforços para aumentar o consumo interno de café, ajudando o mercado a saltar de sete milhões de sacas na década de 1970 para os atuais 21 milhões de sacas. Para Sato, “café não é tudo igual”, o que sempre expunha nos diversos seminários e congressos nacionais e internacionais, explicando com bastante ênfase que há consumidores de todos os tipos, inclusive os ávidos por cafés de melhor qualidade e maior valor agregado, que deviam ser atendidos pela indústria.

Vindo de uma família de imigrantes japoneses, que desembarcou no Brasil em 1926, buscando “Terras Dadivosas”, o empresário nasceu em Cafelândia, interior de São Paulo, e ainda muito jovem começou a trabalhar nas lavouras de cafés. 

Na década de 1950, juntamente com o irmão Kiyoshi e os amigos Alexandre Gonçalves e Jorge Hattori, fundou o Café do Ponto, que foi um marco na indústria brasileira, sempre buscando inovações e tecnologia, sendo a primeira empresa a abrir uma loja de café num Shopping Center. 

O negócio de cafeterias tornou-se um grande sucesso e Américo investiu na formação de uma rede de lojas próprias e terceirizadas, pioneira como formato de negócios e ponto de consumo fortemente voltado para a valorização do produto e para a educação dos consumidores. Durante anos, o Café do Ponto foi a segunda maior empresa de café do Brasil. 

Em 1998, o Café do Ponto foi vendido e Sato ficou por um período afastado do setor, em função do contrato de venda. Após cumprir esse tempo, associou-se ao Café Floresta. Sempre dedicado às atividades empresariais e associativas, presidiu a ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café por quatro mandatos: 1991/1993 – 1993/1996 – 2011/2013 e 2013/2016. 

Na entidade, ajudou a consolidar o Selo de Pureza, do qual foi um dos idealizadores, iniciou – juntamente com outras lideranças e diretores da entidade – o conceito de agronegócio, no qual todos os segmentos interagem entre si, participando ativamente da criação do CDPC – Conselho Deliberativo da Política do Café. Foi um grande defensor da busca de recursos para a indústria e também investimentos em marketing e pesquisas, além de apoiar os Programas de Qualidade e Café & Saúde. 

Também presidiu o Museu dos Cafés do Brasil e foi diretor, extremamente atuante, do Sindicato das Indústrias de Café do Estado de São Paulo, onde participou de diversas diretorias. 

Takamitsu Sato deixa a viúva, Sra. Maria de Lourdes, os filhos Auro Fumio, Elcio Hideo, Haroldo e Gilberto, além de seis netos.

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