Conheça os impactos da pandemia e a sustentabilidade no segmento cafeeiro

ABIC Educa aborda a questão da indústria do café no cenário pós-pandêmico

mulher loira de mascara no rosto sentada numa cafetereia usando notebook e tomando xícara de café
Crédito: Freepik
23/08/2021
Publicado em

O décimo-quarto webinar do ABIC Educa, que aconteceu na quinta-feira (19/08), foi para lá de especial. Neste mês agosto, o projeto completa um ano de existência. Ao longo dos seminários, mais de 639 participantes já assistiram o evento educativo. O tema do encontro virtual de primeiro aniversário foi “A Indústria do Café – O cenário pós-pandêmico e a sustentabilidade”. O palestrante da tarde foi Rodrigo Mattos, Analista de Pesquisa na Euromonitor International.

O ano de 2020, foi complicado sob diversos aspectos, entretanto, uma afirmação pode ser feita: o brasileiro não abandona o seu cafezinho. Mattos apresentou números que chamam a atenção e pedem reflexões. Em 2020, os brasileiros consumiram 1,1 milhão de toneladas de café torrado. Apesar das perdas em volume no foodservice, o Brasil é o maior mercado mundial em volume total de consumo de café quente. O gasto médio anual com café no varejo é de R$ 128,00 por pessoa, mais do que o brasileiro gasta com remédios. A representatividade do Brasil no volume total de café consumido é relevante: 14% do mundo. Até 2025, a projeção é que a média por pessoa do consumo de café seja 2,2 xícaras por dia.

De acordo com pesquisas realizadas pela Euromonitor International, o mercado de cafés está longe de seu ponto de maturidade plena – oportunidade de expansão do consumo per capita. Os Estados Unidos, o Brasil, o Reino Unido e o México apresentam considerável potencial de crescimento nos próximos quatro anos.

Rodrigo Mattos apresentou gráficos dos cafés torrados/moídos (ainda os prediletos dos brasileiros), em grãos, em cápsulas e os instantâneos no que diz respeito a performance do Brasil, em volume no varejo. Os torrados/moídos, os grãos e os instantâneos apresentaram queda considerável em 2020, mas já mostram recuperação. As projeções para os anos seguintes são positivas, principalmente, a curva de crescimento dos em grãos. Os de cápsulas ainda não decolaram pelo país em função dos preços pouco convidativos e sofrem desaceleração. 

Tendências sustentáveis 

Na segunda metade do webinar, o Analista de Pesquisa na Euromonitor International destacou as tendências sustentáveis e as preferências do consumidor. Além disso, salientou que a sustentabilidade deve ser importante para a cadeia como um todo. “Na produção, as indústrias precisam continuar e intensificar processos e métodos, principalmente, no contexto das mudanças climáticas. O transporte é normalmente esquecido, mas uma grande fonte de emissão de carbono para a atmosfera. Deve ser considerado o transporte da cadeia inteira, inclusive, a reciclagem”.

Na visão de Mattos, as embalagens devem, cada vez mais, ir em direção a um ciclo fechado de reciclagem ou serem totalmente biodegradáveis a fim de não impactar a experiência de consumo. “Os varejistas e as cafeterias devem focar não só no visível (copos reutilizáveis, por exemplo), mas também em outros aspectos, como o uso de energia e o desperdício de comida. Desperdício é criado em toda a cadeia, indicando um grande desafio, entretanto, também oportunidades, inclusive como fonte de renda em alguns casos”, diz o analista.

A cada dia o consumidor está mais atento ao que consome e como consome. Segundo Rodrigo Mattos, o assunto meio ambiente é olhado com muita relevância, sobretudo em função dos recentes debates de desflorestamento e da crise hídrica. Os impactos sociais também são encarados como importantes. Cuidados com comunidades carentes, apoio social e investimento em diversidade são alguns desses casos. 

Temores pelo futuro  

A Euromonitor International realizou um estudo, em janeiro e fevereiro de 2021, sobre a preocupação das mudanças climáticas. O Brasil aparece em primeiro no ranking dos temores pelo futuro, seguido por Reino Unido, Dinamarca e Estados Unidos. “Isso se deve em grande parte à proximidade que os consumidores têm efetivamente com a natureza e às consequências das mudanças climáticas, como vistas recentemente na onda de frio que atingiu o sul do Brasil ou às queimadas intensas do início de 2020, que castigaram São Paulo”, conta Mattos.

A empresa de pesquisa de mercado trouxe mais informações que chamam atenção. O consumidor brasileiro ainda sofre com os preços mais altos quando busca um produto sustentável. Outro ponto que vale destaque, o brasileiro tem uma das maiores vontades de consumir produtos com melhor qualidade dentre os pesquisados na Euromonitor Voice of the Consumer.

Acesse o Jornal do Café para mais informações. Confira!

Redação: Usina da Comunicação

Compartilhar: