A tecnologia é um dos recursos mais importantes do agronegócio brasileiro, pois permite a expansão da produção sem a utilização de mais terra, preservando nosso solo cultivável. Assim, o investimento em pesquisa é necessário para o setor se destacar.
No segmento cafeeiro, isso não é diferente. Cada inovação permite que a indústria possa melhor atender os consumidores. Recentemente, o EMBRAPA Café anunciou o desenvolvimento de uma ferramenta biotecnológica de predição genômica capaz de identificar aspectos no fruto favoráveis ao interesse da cadeia produtiva.
[Genoma do bicho mineiro do café é sequenciado por pesquisadores]
Entenda a inovação da EMBRAPA
O instrumento é resultado do trabalho dos pesquisadores da Embrapa Café (DF), da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Bem como do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). O documento divulgado pelos estudiosos, intitulado “Aceleração do melhoramento do cafeeiro via seleção genômica: agilidade e eficácia no lançamento de novas cultivares”, mostrou que a aplicação da técnica de seleção genômica ampla (genome-wide selection, ou GWS, na sigla em inglês) permite que o melhoramento genético do cafeeiro se torne mais ágil e eficaz.
Antes da novidade, isso só era possível no cafeeiro já em fase adulta, mas agora a identificação de certos traços acontece de maneira precoce. A presença de determinados marcadores indica que a planta possui algumas características, como, por exemplo, resistência a determinada doença, boa produtividade, entre outros. Tal evolução é especialmente importante para o melhoramento de organismos perenes, que geralmente levam muito tempo para atingir a idade adulta ou a fase de produção, como o café.
De acordo com Eveline Caixeta, pesquisadora da EMBRAPA, o GWS contribuiu para o melhoramento tanto do café arábica quanto do canéfora, ao possibilitar a redução no tempo necessário para completar o ciclo de seleção fenotípica: “Obtivemos resultados semelhantes para as duas espécies e para as principais características agronômicas de cada uma delas”.
Segundo a cientista, os estudos de seleção genômica em cafeeiro são ainda incipientes e as informações nessa área são importantes para subsidiar ações de melhoramento da cultura, além de conferirem maior sustentabilidade ao sistema produtivo da cadeia do café.
Redação: Usina da Comunicação
Com informações do EMBRAPA