Indicações Geográficas do café no Brasil: Caparaó, região sudeste do país

Indicações Geográficas oferecem garantia de qualidade para os consumidores

Indicações Geográficas no Caparaó
Crédito: Unsplash
25/07/2022
Publicado em

Para levar conhecimento para nossos leitores, o Jornal do Café tem explorado o assunto Indicações Geográficas há algum tempo. O termo representa as ferramentas utilizadas para valorizar os produtos e itens produzidos em uma determinada região do país. Além disso, as IGs, como são chamadas, atribuem autenticidade ao local e valorizam as histórias e as culturas existentes por trás das atividades desempenhadas.

Na prática, quando estamos no supermercado escolhendo os produtos na gôndola e percebemos que um deles possui o registro de Indicação Geográfica, significa que o seu diferencial é ter sido produzido em uma localidade específica, com características e técnicas próprias.

Conforme o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o café é o produto brasileiro com o maior número de Indicações Geográficas. Na edição de hoje, conheça mais sobre as IG do Caparaó, no estado do Espírito Santo.

[Indicações Geográficas do café no Brasil: Oeste da Bahia]

Indicações Geográficas: Caparaó

Localizada na divisa entre o Espírito Santo e Minas Gerais, a área abrange as imediações do Parque Nacional do Caparaó. Com mais de 4 mil km² de extensão, o território é composto pela totalidade da área de 16 municípios, dez no Espírito Santo e seis em Minas Gerais. No Espírito Santo: Dores do Rio Preto, Divino de São Lourenço, Guaçuí, Alegre, Muniz Freire, Ibitirama, Iúna, Irupi, Ibatiba e São José do Calçado. Em Minas Gerais: Espera Feliz, Caparaó, Alto Caparaó, Manhumirim, Alto Jequitibá e Martins Soares.

A topografia é um dos fatores naturais de maior relevância para o estabelecimento da cafeicultura da espécie Coffea arabica, pois as condições microclimáticas da região se aproximam daquelas encontradas entre 1.500 e 2.400m de altitude na zona temperada da Etiópia, origem dessa espécie de café. Além disso, o terreno montanhoso impossibilita a mecanização do processo produtivo, prática comum em outras regiões brasileiras que desenvolvem a cafeicultura.

Por influência de fatores naturais e humanos, o café produzido na região apresenta características como fragrância e aroma muito complexos, com notas de chocolate, caramelo, melaço de cana, açúcar mascavo, rapadura, mel, frutas amarelas, especiarias doces e picantes, baunilha, castanha, amêndoas e floral de rosas ou jasmim. O sabor é suave e muito doce, com finalização prolongada e apresentando uma acidez delicada e cítrica de laranja. Seu corpo varia de sedoso a cremoso, podendo ser licoroso, devido á fermentações espontâneas que, inclusive, podem conferir ao café sabor alcoólico de conhaque ou vinhoso.

Com informações do SEBRAE.

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