Uma fotografia dos hábitos e preferências dos consumidores de café

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12/11/2019
Publicado em

por Milena Prado, Una, Bahia

Prof. Rodnei Domingues apresenta pesquisa realizada pelo Instituto Axxus,
que mostra a presença da bebida no dia a dia do brasileiro

Professor Rodnei Domingues (foto Everton Góes)

Visando conhecer as opiniões, as preferências e as objeções dos consumidores em relação ao consumo do café, foi realizada uma análise pelo Instituto Axxus com 4 mil pessoas em todo o Brasil. O resultado da pesquisa “Hábitos e Preferências dos Consumidores de Café no Brasil” foi apresentado pelo pesquisador Prof. Rodnei Domingues a todos os participantes da 27ª edição do Encafé, que aconteceu em novembro, na Ilha de Comandatuba, em Una, Bahia.

Um grupo de 98 entrevistadores qualificados rodou o País para saber como e quando o café está presente no dia a dia do consumidor, capitaneados pelo Prof. Rodnei Domingues, pelo Prof. Dr. Sérgio Parreiras Pereira, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas e pelo Prof. Dr. Miguel Juan Bacic, pesquisador do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia da UNICAMP. Eles conversaram pessoalmente com 1,8 mil homens e 2,2 mil mulheres, entre 14 e 70 anos.

Dos entrevistados, 54% deles afirmaram gostar muito de café, enquanto 21% afirmaram gostar razoavelmente – seguidos por 17% que diz gostar razoavelmente e apenas 9% que não gosta (destes, as bebidas preferidas apontadas, por ordem de relevância, foram suco, leite, refrigerante e chá – o que pode dar uma pista de opções de café que possam agradar estes paladares.)

A maioria, 44%, consome café entre 3 e 5 vezes ao dia, enquanto 29% consome 6 vezes ou mais. Dos que bebem café, 97% bebem ao acordar, 88% no período da manhã, 78% após o almoço, 61% no período da tarde e 36% à noite.

A bebida é preparada no coador de pano por 58% deles, seguido por 45% na máquina de café espresso, 34% no coador de papel, 26% na cafeteira elétrica com coador de papel e 16% na máquina de sachê ou cápsula (monodose).

No momento da compra, 39% consideram um diferencial importante a as regiões produtoras de café de qualidade, enquanto 31% apreciam cafés orgânicos e 29% os selos ambientais. “A questão socioambiental aparece de forma geral não só nesta pesquisa, mas em outras que fazemos. O consumidor está cada vez mais atento e isso é irreversível”, comentou o Prof. Rodnei.

Muito mais do que uma simples bebida

Com a pesquisa, foi possível identificar que o consumidor de café tem uma relação afetiva com o produto e o tempo que dedica à degustação é concebido como um dos mais importantes prazeres da vida.

O café não é apenas a bebida mais consumida no Brasil (depois da água), mas é também a bebida mais apreciada. “Mais de 70% dos entrevistados tomam café mais de três vezes ao dia e disseram ficar desesperados se não tiverem acesso à bebida”, afirma Prof. Rodnei.

Também é possível notar que o consumidor de café tem uma relação emocional com o produto. “Mais do que uma simples bebida, para alguns o café é concebido como um elixir, como um ritual e até como um remédio que melhora o humor e a disposição para as atividades rotineiras”, completa.

Prof. Rodnei Domingues e Natal Martins, Vice-Presidente de Relações Institucionais da ABIC, (foto Everton Góes)

Devido à esta paixão, 87% dos entrevistados afirmaram que gostariam de visitar uma fazenda de café para não somente conhecer, mas também degustar a bebida. Ainda assim, 52% disseram não frequentar uma cafeteria especializada – enquanto os 48% explicaram que vão a estes locais movidos pela qualidade do café, modo que é preparado e pelos doces e salgados que acompanham a bebida.

“Ficou muito claro para a gente que o consumidor está adorando ter um café de qualidade a um clique, mas também se preocupa com a questão da sustentabilidade. Estes dados podem contribuir para que as universidades envolvidas neste levantamento possam focar em outros estudos mais focados, para entender melhor não somente qual o foco deste consumidor, mas também de poder oferecer à indústria opções ligadas à sustentabilidade e pesquisas no desenvolvimento de embalagens”, explicou.

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